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Todas as cores, melodias e paixões que Her Private Life traz à vida

Atualizado: 13 de mai.

por Tham Sanchis

(Foto: tvN)


Com o coração romântico incurável que tenho, achar um K-Drama para assistir parece ser fácil. São muitos por aí que tem esse tema. Mas como pessoa seletiva e um pouco rigorosa com as coisas que assisto, pelo simples fato de não querer perder meu tempo com algo que não me agrada, já não é tão fácil assim me tirar do chão.


Agora, como fã de K-Pop há quase quatro anos, sendo fã de ainda outros artistas tendo quase doze anos de estrada, assumir quer Her Private Life (2019) me pegou, enlaçou e grudou no meu cérebro desde o primeiro episódio, é algo inevitável de se fazer. Até porque esse é o tema que dá o pontapé para toda a história começar.


Sung Dukmi trabalha como curadora de um museu na maior parte do tempo. Já durante o resto dele, ela usa para devotar sua paixão irreparável pelo seu integrante favorito do grupo de K-Pop White Ocean, um dos mais amados da Coreia, o querido Cha Sian.


Bastou apenas essa premissa para que o drama me chamasse atenção. Como não me identificar com uma tiete se é exatamente o que eu sou? Mas com o fator Ryan Gold aparecendo, eu tremi na base. Foi a apenas dois K-Dramas atrás na minha lista de vistos que comecei a gostar de personagens sérios e achar charme neles, coisa que o Vice Diretor Gold tem de sobra!


Morando praticamente toda a sua vida em Nova Iorque, o anteriormente pintor acaba sendo contratado como Vice Diretor do museu onde Dukmi é curadora, já que, por conta de algumas polêmicas, a atual e doidinha Sohye precisou se afastar do cargo.


Só que antes mesmo deles se conhecerem no trabalho, eles se esbarram duas vezes. E o interessante é que, mesmo estando em suas facetas diferentes quando o encontrou nessas duas vezes, Dukmi estava apenas seguindo seu coração, que batia forte querendo ver seu ídolo Sian numa delas e indo atrás de uma das próprias paixões de Sian na outra. A curiosidade que o amor traz já era vista no primeiro episódio do drama.


Por um lado, a vontade de ver o ser amado de perto, o que faz a personagem ser uma fã que quase (ou até mesmo) quebra a barreira entre fã e idol, algo que é muito discutido na indústria do K-Pop, já que a privacidade dos artistas é um fator que, no mínimo, deve-se ser tratado como algo muito importante. Vestida inteiramente de preto e encapuzada para que ninguém a identificasse, Dukmi ia à eventos de Sian disfarçada para apreciar ele de perto, sempre portando uma câmera à mão para atualizar seu fansite, Cha Sian é Meu Caminho, que faz a felicidade de muitos fãs que apreciam as fotos de seu ídolo tanto quanto ela que ama fotografar. Numa dessas vezes, então, ela não esperava ver Ryan saindo pela mesma porta que Sian de um aeroporto. Ela já havia o visto uma vez e se assusta tanto que acaba por cair em cima dele!


A primeira vez, porém, foi diferente. Ela estava num leilão, atrás de uma pintura parecida com uma que Sian possuía em sua casa, em busca de consegui-la para sua própria admiração e entendimento do seu ídolo. O que ela não esperava era que alguém - Ryan - estivesse com a intenção de também levá-la para casa por conta de seus próprios interesses. Nesse embate, eles se conhecem e desde então sabemos que teremos uma grande saga a lá enemies to lovers para acompanhar.


A partir daqui preciso colocar um alerta de spoilers! A problemática a ser resolvida por Ryan é um dos temas principais, sendo também o gancho para um grande plot que está por trás de toda a história.


Ryan deixou de pintar três anos antes de voltar à Coreia após ver uma pintura de bolhas de sabão que trouxe-lhe memórias um tanto quanto perturbadoras sobre seu passado. Elas levam essa característica pelo artista não se lembrar de nada mais além do que as costas de alguém pintando a tela com exatamente aquele desenho, aqueles tons, fazendo-o perceber que foi algo que aconteceu em sua infância. E também foi ali que ele soube que não iria descansar até saber como aquela pintura fazia parte de sua vida.


A pintura e a música são temas extremamente interligados nesse drama, talvez por serem as paixões que correm no sangue dos personagens principais e até secundários dele.


(Foto: tvN)


A história em si começa a engatar quando Ryan resolve largar a ideia de exposição, que a antiga Vice Diretora havia deixado para o próximo, para trazer a sua própria para jogo, onde seu objetivo principal é achar todas obras de Lee Sol - a pessoa que estava por trás dos quadros de bolha de sabão que haviam virado sua vida de cabeça pra baixo - e dispor no museu numa exposição onde ela seria um dos temas principais. Ryan tem para si que achar todas as obras dela traria até mesmo mais sentido à sua história, já que, quando criança, ele havia sido largado por sua mãe num orfanato e acabou sendo adotado por um casal que o levou para os Estados Unidos. De uma forma leve, sem ser obstinado, ele parece alguém sério, sensato e centrado em seu objetivo, ainda assim tentando apenas viver de acordo com seus princípios.


Entretanto, essa mudança de planos arrebata Dukmi, já que uma dessas obras estava com seu ídolo, Sian! O que significava que eles teriam que visitá-lo para ver se ele gostaria de apresentá-la no museu. Uma coincidência enorme, inclusive, é que Ryan e Sian moram no mesmo prédio, exatamente um apartamento abaixo do outro, o que ainda traria um sério problema…


Obviamente extasiada pela notícia em sua fã skin, Dukmi precisou conter-se, pois como curadora ela precisava fazer isso, além de que amaria trabalhar com aquele que ela tanto admirava. Só que, nessa visita, e devido a sua curiosidade por tudo que estava a seu redor, ela acaba se molhando dentro do banheiro dele e quem a salva é Ryan, emprestando seu sobretudo caríssimo e conhecido pelas fãs de Sian como um item que apenas seu ídolo tinha… O que não escapa dos olhares de outra fã que sabe onde Sian mora e também tem um fansite para ele, fotografando Dukmi assim que ela sai do prédio quando ainda tem o objeto em seus ombros. Não é preciso dizer o quanto aquilo geraria buzz pela internet, né?

A própria indústria do K-Pop é mais uma vez trazida aqui, quando Sian e sua empresa preferem mentir e dizer que aquele era realmente seu sobretudo do que convencer as fãs dele que existe outro sobretudo exatamente igual ao seu, que o Vice Diretor de um museu que foi o visitar emprestou para a também curadora do local que estava em sua casa. Apesar de haver muitas coincidências nesse K-Drama, elas não são bem aceitas na indústria da música… E, para falar a verdade, algumas pareciam óbvias demais durante o drama, mas, com o tempo, descobrimos que essas coincidências trazem algo por trás delas, que foi apresentado apenas em seus últimos episódios: o destino.


O que acontece é que realmente ficou difícil de acreditar que Dukmi e Sian não estivessem tendo um caso. As fãs do homem foram à loucura e até mesmo apareceram no museu que a curadora trabalhava para feri-la! O negócio ficou tão feio que Ryan achou na internet comentários maliciosos que diziam que iam matar Dukmi se ela realmente estivesse namorando Sian.


Numa dessas, Ryan fica farto e então propõe que eles comecem um namoro falso para despistar todos aqueles fãs e deixá-la em paz. Mesmo resistente, Dukmi acaba por aceitar, já que, como cereja do bolo, ela descobre que a fã que tirou a foto dela, Cindy, era nada mais, nada menos, que filha de Sohye, a ex-Vice Diretora do museu, que passa a ser estagiária do museu com a intenção de espionar Dukmi.


(Foto: Netflix)


Nesse momento, sim, vemos o deslanchar total do drama. Plots secundários são apresentados, potenciais antagonistas, mais música, mais cores e mais poesia para que tudo rode como devia ser rodado.


É aí que aparece o primeiro “porém”, que fez eu me perguntar: seria necessário esse plot? E foi. Que é a história e laço de Dukmi e seu irmão de criação Eungi, que gosta dela mais do que deveria…


Eu não costumo gostar de triângulos amorosos, muito menos de histórias em que quase irmãos que cresceram juntos se gostam, mas dessa vez eu precisei pegar meu pano - e talvez em outra vez também... Não vou dizer que não me incomodou nos episódios iniciais, pois incomodou. Ele era um pé no saco, ainda mesmo quando viu que Dukmi já havia passado do ponto no relacionamento falso e já estava começando a desenvolver sentimentos românticos por Ryan.


O que me fez esquecer disso foi quando reparei que havia claramente um limite e Eungi não passaria dele. Ele amava, sim, Dukmi, mas a partir de certo momento ele sabia que conseguiria deixar de gostar dela quando preferiu vê-la feliz com Ryan. Aliás, o amor é um sentimento que não possui, que, quando sentido, sua prioridade é ver a pessoa que ama feliz, independente de quem ela ama e queira estar. É bonito ver como ele escolhe a amizade de sua melhor amiga do que virar as costas e permanecer no egoísmo de querê-la só para ele.


Enquanto isso, vemos a melhor amiga de Dukmi, Sunjoo, gerenciar um café e ser sua companhia para tietar. Apesar de ser casada com Seungmin, um jornalista de TV, e ter um filho pequeno com ele, Geonu, ela é extremamente engraçada e carismática, trazendo uma vibe ainda mais colorida para o drama.


Algo bem marcante, inclusive, é quando Ryan confunde elas como namoradas, por conta de um mal entendido, e acaba por achar que esse era o grande segredo que Dukmi escondia - quando era, na verdade, que ela era super tiete de Sian…


E também quando vimos uma mudança de comportamento em Seungmin, que se envolve num trabalho em que precisaria falar como ser tiete tem seus lados ruins… E quando Sunjoo acaba se tornando fã do seu próprio barista, Juhyeok, que toca numa banda e ela, assim, cria uma fanpage para apoiá-lo, após ver um show dele de perto.


(Foto: Soompi)


Sendo um drama que traz diversas nuances, devo dizer que isso bate extremamente close to home. Um toque de cada coisa que me faz um pouco mais completa, que pertencem a mim, faz com que eu veja um pedaço meu fora de mim bem nele. E não é fácil achar isso por aí, de uma forma tão singela e simples como Her Private Life faz.


Foi, inclusive, numa cena, acho que já no meio dele, que eu me senti extremamente representada. Bateu no fundo da alma e talvez até a química do meu cérebro tenha mudado, quando Dukmi explicou pro Ryan o que era ser fã. O momento que ela diz “fanboys e fangirls ficam satisfeitos apenas em ver seus idols à distância; não há toque envolvido, porque apenas olhar para pessoa te traz felicidade” foi tão tocante que lembro de encher meus olhos todinhos de lágrimas! E por isso minha recomendação é: só veja esse drama se você for muito forte, e caso não seja, não assista perto de outra pessoa, já que vai ter que segurar o choro.


Além disso, muitos outros temas são citados, por exemplo, como é importante trabalhar por paixão, algo que vemos na história de Hyojin, nome verdadeiro de Cindy, que começa sendo estagiária do museu por conveniência, mas acaba se apaixonando por dar vida aos objetos que saíram de sua imaginação e seriam vendidos na exposição.


Também vemos, em alguns outros pormenores, a importância da fotografia, que aparece durante toda o drama: por Dukmi ser uma adoradora disso, tirando fotos de Sian - e das pessoas que ama - e também no tema de uma das sessões da exposição final, que fala do modo como a pessoa fotografada fala com a pessoa que tirava a sua foto. São temas simples que compõem todo o drama e esquentam o coração de pessoas como eu: visuais, mas que veem algo colorido também quando se trata de música.


Aliás, eu nem preciso citar de novo o fator música, né? Talvez seja a hora de falar das OST’s incríveis que me pegaram e alugaram vários lugares na minha playlist de OST’s Favoritas! Tendo (G)I-Dle como abertura, até minha mãe, que assistiu comigo, comentou como a música tema do casal era boa. Tudo parece meticulosamente escolhido para fazer a gente se apaixonar por e com eles!


O elenco, então, também não peca! Tendo algumas aparições de atores e atrizes que já vi por aí, do elenco principal apenas a atriz que faz a Sunjoo (Park Jinjoo) que eu já havia assistido várias coisas e devo dizer que ela nunca decepciona! Tanto que merece muito o papel principal em algum drama - Coreia, por favor, faça isso acontecer, não aguentamos mais!


Já a Park Minyoung me impressionou demais, me instigando a querer ver outros dramas com ela. Kim Jaewook? Também já procurei o próximo drama que ele vai fazer e não perco por nada!


De qualquer forma, todo o elenco possui um carisma sem tamanho e são atores que já tem nome por aí, o que faz a gente entender também o motivo de serem tão bem falados. Menção honrosa à um idol incrível que tive o prazer de conhecer pelo K-Drama, já que quando ele fez sucesso eu ainda não estava no mundinho K-Pop: conhecido como One, Jung Jaewon é o ator que dá vida ao idol do drama, Sian.


Em suma, acredito que essa seja uma obra audiovisual que vale muito a pena assistir, talvez um novo ritual para toda dorameira saber o que gosta e não gosta em um drama. Além disso tudo que citei, há mensagens lindas que se eu disser mais seriam spoilers enormes e por isso irei poupá-los, mas saibam que tem! E que tocam mais fundo do que a gente imagina.


De uma singularidade sem tamanho, Her Private Life com certeza virou um dos meus K-Dramas favoritos da vida. Agradeço eternamente pelas minhas amigas e companheiras de Ode pois foram elas que me recomendaram - e agora recomendo aqui para vocês!

Aposto que, se você gosta de coisas bonitas e coloridas, arte, música e ser apaixonado por se apaixonar, também vai amá-lo. Sei que, no fim, a maior lição que fica é que o amor pode até ter todos estágios que citei aqui - a curiosidade, a paixão, a felicidade por apenas ver a pessoa que se ama feliz… -, mas o que realmente importa é a dedicação! O que a gente, como fangirl, tem de sobra, né?


Vocês podem assisti-lo na Netflix!


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