Recomendados do Mês - Março de 2025
- An Ode To
- 8 de abr.
- 7 min de leitura
Estamos quase no meio de abril, mas ainda temos muito pra falar do que ouvimos em março! Teríamos um pouco de sua atenção para desfrutar de nossas recomendações? Aqui, falamos de um debut incrível do girl group KiiiKiii, assim como os comebacks de LISA (BLACKPINK), ONEWE e G-DRAGON.
Vem com a gente!
UNCUT GEM, KiiiKiii
Indicado por Tham Sanchis
É difícil colocar em palavras quando algo simplesmente bate aqui — e aí vira uma luta constante de eu tentando entender porque bateu, o que aquela música ou grupo tem de especial e, claro que, nessas condições, acabo descobrindo quando aquele estilo realmente ressoa em mim. E foi exatamente o que aconteceu quando ouvi o UNCUT GEM que mesmo com suas imperfeições, fez ele se tornar perfeito, na minha opinião.
Indicar esse debut incrível em poucas palavras talvez não seja mais uma opção, uma vez que já comecei a escrever, então preciso elogiar o caráter único do KiiiKiii, que traz não apenas uma energia de renovação no K-pop em si, mas também algo muito particular quando transmite a mensagem gritante de (e eu amo isso; como vocês já perceberam, temos uma aquariana nata aqui) "seja você mesmo! seja estranho, seja imperfeito, abrace quem você é de verdade!", algo que, por mais que vejamos bastante hoje em dia (principalmente nessa 5ª geração, a qual tem isso praticamente como lema) vejo que elas são completamente genuínas, quando noto que perpetuam essa ideia de uma forma singela, seja nas letras de suas músicas, stages — com suas roupas extremamente peculiares — ou até mesmo fora dos palcos.
I DO ME, a faixa título desse álbum, foi lançada um mês antes do verdadeiro debut, sendo uma forma de divulgar o grupo enquanto o álbum inteiro não saia. Ela caiu como uma luva naquele fim de fevereiro, sendo um respiro pra quem estava tentando iniciar um ano com o vigor necessário para continuar tentando: ver as 5 meninas do grupo cantando sobre fazer as coisas por si só, do seu jeitinho, mesmo que diferente, foi um fôlego gostoso e viciante para começar março!
Já o UNCUT GEM, que saiu no dia 23 de março — uma tortura esperar um mês por ele, a curiosidade estava a mil! —, foi uma belíssima surpresa pra mim que não sabia se iria gostar, aliás, não sou lá muito tiete de girl group... Ele se inicia com DEBUT SONG, uma música que comemora o debut delas, algo totalmente fora do comum e talvez por isso seja tão legal, e é seguido por GROUNDWORK, que já mostra outra particularidade do grupo: a vibe fresh que converge diretamente com o fator delas terem um rap fortíssimo impregnado em seu dna de grupo também. É impressionante como elas fazem esses dois se mesclarem bem e tornam suas músicas em algo também viciante.
Depois disso temos a anteriormente falada I DO ME e THERE THEY GO, que passa a mesma sensação das outras músicas inéditas: a peculiaridade está ali, talvez de uma forma difícil de explicar, mas quem gosta de algo diferente, com certeza irá viciar junto comigo. BTG é a próxima música e uma das mais importantes, já que virou debut single e ganhou também MV — que deixei ali em cima. Uma coisa que vemos recentemente e elas incorporam muito bem também no grupo é a volta de algumas trends antigas, early anos 2000, sabe? É chef's kiss!
Finalizando o álbum de forma espetacular, trazem, então, ONE OFF, talvez a que mais mexe com nossos sentimentos e arrebata de vez o gostinho de querer ser fã do quinteto: cantando sobre seu pré debut, as dificuldades e o que as fazem seguir em frente, sentimos aquela familiaridade necessária para nos motivar e se identificar não só com as músicas mas também com elas.
Depois desse textão, só posso dizer: deem uma chance para essas rookies queridas e se encantem por elas também! Tenho certeza que irão gostar ;)
ALTER EGO, LISA
Indicado por Thainá M.
O primeiro full album da rapper e main dancer do BLACKPINK foi globalmente lançado no fim de fevereiro, dia 28. Alter Ego foi apresentado como um projeto conceitual que mostraria diferentes personas de Lisa, representadas em cinco diferentes personagens femininas, com diferentes estilos e personalidades, mostrando sua pluralidade artística.
Apesar do que o conceito sugere, encontramos um álbum bastante coeso, porém, não muito diferente do que já foi mostrado por Lisa em seus outros lançamentos como solista. O que para muitos é sinal de pouca inovação, para mim é justamente a confirmação de sua personalidade e estilo, que fluem de forma maravilhosa e ganham novas cores com as diferentes colaborações. Lisa entregou o que tem entregado e continua tão brilhante como sempre.
Born Again — com Doja Cat e a extraordinária RAYE —, a gigante Rockstar, New Woman — gravada com Rosalía —, FXCK UP THE WORLD — com colaboração do rapper Future — e Moonlit Floor (Kiss Me), que foram lançadas como single, também estão no álbum. Ao todo, são quinze faixas, duas delas versões solo das personagens que representam os diferentes egos: Vixi e Kiki, com FXCK UP THE WORLD e Rapunzel, respectivamente. Meus destaques, para além das óbvias Rockstar e Born Again, absolutamente viciantes e incríveis, são: Elastigirl, Thunder, Rapunzel — com a perfeita Megan Thee Stallion —, Lifestyle e a minha favorita disparada, que deveria ser hit incontestável, Chill.
Podem até dizer que Lisa não revolucionou nada com Alter Ego, mas é impossível negar que ela apresentou suas cores sem apelar para o que não faz parte de sua personalidade musical ou para entregar uma “novidade”. Como fã, estou muito bem servida. You rock, Lalisa!
WE: DREAM CHASER, ONEWE
Indicado por Thainá M.
No ano em que comemoram dez anos de carreira — desde a formação independente, antes da assinatura de contrato com a RBW Entertainment —, o quinteto ONEWE lançou seu segundo full album, WE: DREAM CHASER, em 5 de março. Seu último trabalho completo, ONE, foi lançado em 2020 e com o aniversário, o lançamento atual percorre a trajetória da banda de ONE para WE, de uma forma bastante simbólica.
São onze faixas que apresentam os diferentes estilos da banda — do rock mais tradicional, com solos de guitarra marcantes e com a voz mais rasgada de Giuk, às músicas mais melodiosas que acompanham as vozes angelicais de Yonghoon e Dongmyeong — todas elas com participação dos membros nas composições e letras.
The Starry Night, escolhida para single promocional, teve inspiração na obra de mesmo nome de Vincent Van Gogh e tenta — conseguindo bastante, na minha opinião — traduzir um pouco do sentimento da pintura e a sensação de observar um céu estrelado ao lado de alguém amado. Apenas um exemplo do liricismo sempre muito sentimental da banda.
Com um álbum muito preenchido por conceitos relacionados ao universo, às estrelas, à noite, trajetória, identidade e sonhos, fica muito difícil escolher músicas favoritas, pois todas acabam tocando em lugares especiais. Meus destaques são para Alice — que abre o álbum com um rock que parece ter vindo do fim dos anos 1990 —, EVILDOER e Dreamcatcher — que ganham uma pitada de pop —, Rise Again — que é a cara da discografia deles — e as belíssimas Coincidence e Indelible, cujas melodias mais calmas nos trazem um sentimento de plenitude que somente os vocais de Yonghoon e os solos de Kanghyun são capazes de proporcionar.
Acompanhar ONEWE é ter a certeza que eles sempre entregarão muito sentimento em suas músicas e com WE não foi diferente.
ÜBERMENSCH, G-DRAGON
Indicado por Thainá M.
Oito anos após o lançamento de seu último EP, Kwon Jiyong (2017), G-DRAGON — membro original do BIGBANG —, retornou com o EP Übermensch e eu poderia, como tantos, dizer que para tomar seu lugar de “Rei do K-pop”, mas como o próprio título de seu trabalho sugere, esse termo pouco lhe representa, tanto pelas batalhas travadas em sua carreira, como por sua personalidade por vezes tão revolucionária.
Übermensch é um termo alemão que pode ser traduzido como “além-homem” e nomeia um conceito filosófico de Friedrich Nietzsche que apareceu pela primeira vez em seu livro Assim Falou Zaratustra (1883). O Além-Homem de Nietzsche descreve um ser ideal a ser alcançado pela humanidade, que seria capaz de superar as normas e os valores de uma sociedade tradicional, criando suas próprias normas e valores, assim como seu próprio caminho, livre de toda autoridade estruturante. O Além-Homem não é um super-herói, um super-homem ou alguém muito poderoso, ele é alguém livre, inclusive dos muitos ressentimentos que o mundo lhe causou.
Se você conhece o Kwon Jiyong por trás de G-DRAGON, pode compreender como esse conceito o representa.
HOME SWEET HOME — lançada como single em novembro de 2024 — inicia o EP com um toque épico e as participações de TAEYANG e DAESUNG a tornam a faixa mais especial dentre as oito. POWER é grandiosa e traz muito do conceito de Nietzsche em si, especialmente quando os versos da música discorrem sobre as críticas e o ódio, que em momento algum diminuíram o seu impacto na indústria musical do K-pop. A melodiosa TOO BAD conta com a participação do genial Anderson Paak. Com um instrumental belíssimo, DRAMA diminui o ritmo do álbum e possui versos em inglês, coreano e japonês. O auge, para mim, chega com IBELONGIIU, minha favorita. Achei TAKE ME a mais pop dentre todas, com uma pitada de disco lá no fundo. BONAMANA, minha segunda favorita, nos faz querer que o EP dure bem mais e quando GYRO-DROP chega, é meio impossível não dar play novamente.
Com Übermensch, G-DRAGON nos mostra como ele está além do gênero ou dos títulos que lhe foram dados. Sinceramente? Tê-lo ativo na cena musical é um privilégio para nós.
Vocês, assim como nós, se atrasaram com março porque teve muita coisa nova pra desfrutar? Então conta pra gente nos comentários o que vocês mais gostaram no meio do entretenimento asiático também!
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