Julho tinha tudo para ser um mês meio "limbo": da gente tentando recriar forças para continuar esse ano que está sendo preenchido de momentos atrás de momentos, quase não deixando a gente parar pra pensar. Mas tivemos sim nosso merecido descanso e ouvimos e assistimos muita coisa legal. Indo de drama - Hierarchy (2024) - e filme - Pais e Filhos (2013) - até álbuns de artistas incríveis - Piano man Op. 9 do LEO (VIXX), ROMANCE : UNTOLD do ENHYPEN e Right Place, Wrong Person do RM (BTS) -, esse Highlight está cheio de indicações que deixaram a gente de cabelo pra cima de tão boas que são!
Vem com a gente?!
HIERARCHY (2024)
Indicado por Thainá M.
Antes de começar a assistir Hierarchy, desconhecia o burburinho de críticas feitas ao drama internet afora. Comecei a vê-lo unicamente captada pelo trailer divulgado pela Netflix e por uma vibração muito específica que adoro encontrar em algumas séries: a sensação de que ninguém ali presta. No que diz respeito a caráter, é claro.
A trama se desenvolve no interior da Jooshin High School, uma instituição de ensino particular que recebe estudantes que pertencem à classe mais alta da sociedade sul-coreana. O que podemos esperar, senão personagens mesquinhos, extremamente bem vestidos e que não conhecem limites? Pra mim, é um prato cheio pra muito bafafá de qualidade.
O que dá corpo à história é o fato de Jooshin — fruto da grande necessidade filantrópica dos muito ricos e seu vício por caridade sem justiça social — permitir a entrada de alunos bolsistas, selecionados entre um emaranhado de candidatos obviamente sem dinheiro para pagar as mensalidades. Tais alunos, porém, não são recebidos como iguais e isso se materializa em pactos de gratidão, passividade, assédio moral e agressões. O que estremece a rígida hierarquia da escola é a chegada de um novato inteligente, espirituoso e sem nenhuma aptidão para bajulação. Seu comportamento desafiante do status quo provoca mudanças que trazem à tona segredos sombrios escondidos sob a aparente vida perfeita dos estudantes que ocupam o topo da pirâmide hierárquica de Jooshin.
Apesar das duras críticas de parte da internet ao elenco e à trama, Hierarchy me agradou muito e dou destaque a Lee Wonjung e Ji Hyewon, que interpretaram Woojin e Hera — respectivamente —, dois jovens completamente sem escrúpulos, mas lindos de morrer e que roubaram a cena em todos os episódios. Só não espere amar o casal protagonista, já que esse definitivamente não é o espírito. Hierarchy não é um drama sobre o amor sofrido de dois jovens milionários safados, muito pelo contrário. Se você gosta de dramas com muita treta sórdida em que o romance não é protagonista, não perde tempo!
Você pode assistir ao drama na Netflix!
ROMANCE : UNTOLD, ENHYPEN
Indicado por Tham Sanchis
Vocês já devem estar cansados de me ver em Highlights daqui da Ode falando do ENHYPEN, mas, tirando o fato de ser meu grupo ultimate, ele realmente apenas melhora a cada comeback que passa. Completando dessa vez minha quarta indicação do grupo no Melhores de Julho, esqueci até de pedir minha música no Fantástico quando completei três no mês de Maio! Será que ainda dá tempo?
ROMANCE: UNTOLD é o segundo full álbum do grupo, tão esperado que tem arrancado números gigantescos e, com isso, claro, está furando bolhas! Contendo o tema de confissão amorosa e muito romance em todas as suas músicas, a sua faixa título XO (Only If You Say Yes) é um hit chiclete que não vai sair da sua cabeça. No MV, é abordado, além disso, também o significado do "untold" no título do álbum: Sunghoon parando o tempo para confessar seus sentimentos à pessoa que gosta¹, simboliza, então, essa confissão que ela nunca vai saber que lhe foi dita.
Dentro desse álbum, temos surpresas que também não esperávamos: os acostumados em acompanhar comebacks do ENHYPEN tiveram um super presente quando escutaram a primeira música dele, Moonstruck, constatando que ela não é uma intro, como imaginávamos. A vibe talvez seja a mesma do início de imersão num novo mundo, o que realmente está para acontecer, mas, dessa vez, é uma imersão que já estamos no fundo quando a canção chega ao final. E, como já diriam as más línguas, daí para frente, é só pra trás — isso é, apenas vamos mais fundo no que eles nos dão!
Your Eyes Only é a terceira música dele e a minha segunda favorita com uma vibe doce que só! Impecável como um primeiro encontro em que as duas pessoas só conversam, conversam e conversam entre sorvetes e risos... Ai ai, dá até vontade de viver um romance. Em seguida, vem Hundred Broken Hearts com a promessa de não existir corações partidos nessa relação, como eles já dizem no refrão "hundred broken hearts' not our fate" ("centenas de corações partidos não é nosso destino"). Essa foi a música escolhida para ser promovida junto de XO e podemos dar uma olhada em alguns stages dela para entender ainda mais sua melancolia, já que é uma das lentas do álbum — na segunda ouvida, até minha mãe viciou!
Chegamos então à música que faz a gente querer ir para balada e reflete em sua letra um romance já não tão perfeito: o ciúmes é o tema dela! Brought The Heat Back foi escolhida também para ter MV e logo logo vai começar suas promoções em vários music shows. Já Paranormal, conquistou tanto até os próprios integrantes do grupo que eles já a cantaram até na KCON LA! Nela descobrimos o que é viver um romance sobrenatural, aliás, lembram que na lore deles, os queridos são vampiros?
Logo após, temos o início do encerramento do álbum com a minha música favorita Royalty, que conta sobre um amor de época em que o ser amado é super agraciado, tratado como um rei ou rainha, onde apenas não há resposta além de "sim" para ele — fazendo alusão ao "XO" da faixa título, em que não significa X e sim, O; e também ao webtoon prequel² da lore do grupo que está para ser lançado, vivido em épocas passadas. Seu final mesmo é com Highway 1009, canção que o ENHYPEN fez em homenagem aos seus fãs, onde 1009 significa o dia em que o fandom nasceu (09/10): uma música com tanta emoção envolvida que é impossível não ficar emotivo — na versão física do álbum, diz ter essa música estendida com letras em várias línguas diferentes e eu já estou louca para que meu álbum chegue para escutar! E, bem no finalzinho dele, também temos uma versão em inglês de XO com o cantor americano JVKE, não menos boa do que a em coreano, simplesmente páreo para ela!
Desmembrando o ROMANCE: UNTOLD aqui, lembrei do quanto ele é bom e não consigo parar de escutá-lo... Pois vou lá ouvir mais e recomendo vocês fazerem o mesmo!
¹ A menina no MV é chamada de Chloe e simboliza as fãs do grupos, as Engenes.
² Por enquanto, existem dois webtoons do ENHYPEN, Dark Moon: The Blood Altar e Children of Vamfield, esse segundo sendo outra prequel que está em fim de lançamento, e logo será lançado The Blood of Vargr, passado 1000 anos antes.
PIANO MAN OP. 9, LEO
Indicado por Tham Sanchis
Depois de ter escrito pencas na minha primeira indicação, prometo ser sucinta nessa — eu acho, já que me excedo um pouco quando o assunto é música dos meus favoritos, e esse aqui realmente virou um dos meus preferidos da vida! Mesmo sendo um lançamento de dois anos atrás, foi ao mergulhar em tudo que o VIXX me proporciona, sendo fã também de definitivamente tudo que eles fazem, que encontrei um dos maiores tesouros que esbarrei nesse ano.
Com seu terceiro mini álbum, Piano man Op. 9, lançado em agosto de 2022, LEO fez história. Foi ao escutar sua faixa título Losing Game que me vi completamente viciada no seu ritmo sedutor quase que nostálgico da época em que o VIXX cantava sobre relacionamentos conturbados e tóxicos, cheios de significados, dores e cicatrizes que apenas os amores mais arrebatadores podem deixar em nossas peles, já que a música tem esse mesmo tema — mas também puxando pro fato que amar essa pessoa da música já era desde o começo um "jogo perdido".
Logo no início do mini, já nos deparamos com Beautiful Love, que, por conta de sua vibe de sedução, logo nos mostra o que podemos esperar dele, e afirmo que é muito! So Easy vem pra acalmar os nossos corações, mas também faz com que nos debruçamos sobre o piano e voz de Taekwoon (nome de LEO fora dos palcos), já que é impossível não amar e se apaixonar por tudo que ele fala com tanta singeleza em suas músicas. Dá para sentir de longe que é um dos trabalhos mais sinceros dele e corre até um arrepio quando ele proclama nessa música um "cherish you". É de sentir vontade de chorar!
Chilling vem na sequência literalmente pedindo para que aproveitemos dela o máximo possível, dando vontade de dançar e até entrar nela. Uma vibe indescritível que, vendo vídeos de apenas partes de ensaio dela para show, fez meu coração gritar para ouvir ela um dia ao vivo! O álbum então termina com Blue Rain que mistura o piano característico de todo o mini com um violão, trazendo uma vibe acústica para uma canção mais calma que nos abraça, mas tendo um simbolismo completamente diferente, significando o fim de um relacionamento.
Se você gosta de álbuns que parecem sentimentos, recomendo esse! Tenho certeza que não irá se decepcionar.
PAIS E FILHOS (2013), HIROKAZU KOREEDA
Indicado por Daniela Seles
Sempre que tenho a oportunidade, eu venho aqui indicar alguma obra da filmografia do diretor japonês Hirokazu Koreeda. Não é atoa que as obras dele já apareceram em outras indicações minhas: o filme Broker - Uma Nova Chance foi uma das minhas indicações em um dos primeiros Highlights que fizemos aqui na Ode; já o filme Monster apareceu como uma indicação no nosso Melhores do Ano, e nao é pra menos, já que, sem dúvidas nenhuma, Monster foi um dos melhores filmes que assisti no cinema ano passado e facilmente se tornou um dos meus filmes favoritos da VIDA.
Por isso, estou aqui mais uma vez indicando uma obra de Koreeda: Pais e Filhos. Recentemente, eu vi que o filme iria sair do catálogo da plataforma de streaming MUBI e, com isso, decidi reassistir a obra. Pais e Filhos é um filme lançado em 2013 e conta a história do casal Ryota e Midori Nonomiya (Masaharu Fukuyama e Machiko Ono, respectivamente) e do filho do casal, Keita (Keita Nonomiya, sim, é o mesmo nome de seu personagem). Um certo dia, o casal recebe um telefonema de um hospital e precisam lidar com a recém descoberta de que seu filho foi trocado na maternidade. Depois de conhecerem o filho biológico – que está sendo criado em uma família mais humilde –, o casal precisa decidir qual criança eles querem criar: o filho biológico ou a criança que eles já criaram até então.
Koreeda é conhecido por trazer à tona assuntos complexos de uma forma sensível e extremamente humana e aqui não é diferente. A obra permeia os diferentes sentimentos que essas famílias estão sentindo, em especial, a família Nonomiya. E, enquanto estamos assistindo, é palpável todas as sensações presentes no filme, nós sentimos o que os personagens estão sentindo. É impossível não ficar ansioso com a expectativa do que vai acontecer e qual será a decisão das duas famílias. Cada sequência, e seus planos, é uma obra à parte.
Pais e Filhos é mais uma das obras de Hirokazu Koreeda que deixa o espectador pensativo por dias a fio e é uma ótima oportunidade para quem quer navegar pelo universo cinematográfico do diretor japonês.
RIGHT PLACE, WRONG PERSON, RM
Indicado por Daniela Seles
Talvez essa indicação seja totalmente imparcial já que eu tenho a tendência de achar incrível tudo o que Kim Namjoon – mais conhecido como RM – lança. Contudo, o último álbum que o artista colocou no mundo realmente está incrível e eu não sou a única a achar isso. Right Place, Wrong Person, que estreou em maio de 2024, é um álbum lançado depois do alistamento de Kim Namjoon no exército sul coreano e tem sido muito bem avaliado pela crítica internacional e não é pra menos!!!!!
O álbum permeia por diversos ritmos e gêneros, trazendo à tona um tom bem experimentalista de RM, que reflete, também, suas próprias vivências. Em algumas faixas temos a participação de artistas de diferentes contextos, mas que acrescentam muito para a experiência sonora, como por exemplo, o artista Kim Hanjoo, o vocalista da banda Silica Gel (que já indiquei aqui no post de "Artistas Para Conhecer" e tem sido uma das minhas bandas favoritas do momento), que atuou como produtor em uma das canções do álbum.
Ainda que o álbum seja repleto de diferentes sonoridades, toda a sua construção é concisa e muito bem elaborada, tornando a envolvente a experiência de escutá-lo. Além disso, toda a construção visual do álbum é extremamente complementar a obra, sendo uma experiência à parte ver os vídeos e fotos lançados para a divulgação do álbum. RM, mais uma vez, conseguiu tornar um álbum em uma experiência extremamente sensorial, que nos faz navegar por um novo mundo de maneira muito singular e sensível.
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