Acaba um ano, começa outro e vem o início de um ciclo em que podemos nos renovar constantemente, aliás, um novo ano significa doze meses pela frente para descobrirmos e redescobrirmos nossos gostos e preferências. Aqui na Ode, como de praxe, trazemos aquelas recomendações mensais do que vimos e ouvimos e precisamos repassar. Alegria compartilhada é alegria redobrada, certo?! Então vem com a gente ficar por dentro dos nossos gostos, não deixando de compartilhar suas impressões também!
MINE (2021)
Indicado por Tham Sanchis
Sabe quando você não dá nada por um drama, espera apenas um clichê – aliás, existem muitos que usam da mesma problemática para repetir a mesma mensagem – e acaba por se surpreender? É o que acontece em Mine, um k-drama exibido em 2021 e provavelmente ignorado por muitas pessoas por parecer mais do mesmo em nossos olhares.
Nele, porém, conhecemos a história de duas mulheres que entraram para uma família rica através do casamento com seus respectivos maridos, filhos de um homem já idoso que possui uma cadeia de empresas em seu nome: o Grupo Hyowon. Essa família que é apresentada – basicamente disfuncional – possui muitas camadas que nos chamam atenção: uma filha e um filho biológico zero comprometidos com o futuro das empresas, enquanto o terceiro, considerado ilegítimo, guarda muitos segredos, apesar de parecer responsável. Seus empregados também são mais curiosos que o normal sobre essa família para lá de peculiar e dão muitas dores de cabeça… Por último, mas não menos importante, personagens que fazem com que o sentimento de “ah, alguém tem que ter a cabeça no lugar!” apareça enquanto assistimos e faz com que isso seja um dos motivos para vermos tudo até o final. Aliás, será que eles vão conseguir ser felizes diante de tanta loucura? E o que é aquele início do primeiro episódio, em que descobrimos que houve uma morte, mas não sabemos quem está envolvido? Com certeza é outro fator que faz com que nós mal piscamos enquanto vemos cada ceninha ser desenvolvida – deixo aqui que falo “ceninhas” com a intenção de mostrar que cada detalhe é importante, pois, na verdade, tem cenas que me fizeram chorar de tão bonitas e impactantes que são!
Mas claro que há um pontapé para essa história ser contada: tudo se desenrola quando essas duas mulheres – Seo Heesoo (Lee Boyoung) e Jeong Seohyun (Kim Seohyung) – têm suas vidas cruzadas com Kim Yooyeon (Jung Yiseo) e Kang Jakyung (Ok Jayeon), a primeira sendo uma professora de jardim de infância com uma dívida familiar enorme que é acolhida por Heesoo, e a segunda sendo uma renomada professora indicada para trabalhar para a família. Ambas acabam competindo pela vaga de nova tutora do filho de Heesoo, que ela cria como se tivesse dado a luz à ele, mas é Jakyung que consegue a vaga enquanto Yooyeon é levada para a casa da família de Seohyun com a intenção de ser uma das empregadas da mansão.
O que parecia uma troca de lugares simplória torna o mundo dessa família de cabeça para baixo: o comportamento de Jakyung é estranho demais para uma tutora escolar normal enquanto Yooyeon e o filho de Seohyun (que, na verdade, também é apenas criado por ela) acabam por se apaixonar. A estrutura da família é abalada e um destino que não podia ser evitado já estava sendo traçado.
É interessante ver as metáforas que são mostradas durante o drama sobre liberdade, maternidade (principalmente sobre o fato de mãe ser a pessoa que cria) e um feminismo menos “girl power”, mas mais sobre o que podemos fazer umas pelas outras de uma forma um tanto quanto genuína, verdadeira e de uma confiança que é difícil ver por aí – a famosa sororidade. Mine é uma história sobre buscar sua própria força e, ao encontra-la, trazê-la à tona vivendo-a sem deixar as pessoas ditarem paradigmas sobre sua forma de se portar no mundo.
Agradeço à meu novo queridinho da dramaland Cha Hakyeon que me fez ver essa belezinha – apesar de ter meros segundos dele em cada episódio – pois encontrei uma preciosidade escondida aqui! Foi um 10 que valeu a pena dar, mesmo com esse fator quase sendo decisivo, pois foi tudo muito bem desfrutado e estruturado.
Vocês podem encontrar esse drama, principalmente, na Netflix!
SPARKLING BLUE, TWS
Indicado por Tham Sanchis
Tenho que admitir que esse mês de janeiro foi algo atípico em minha vida: não sabia o que esperar dele e foi vício atrás de vício sem eu ao menos me tocar como estava mergulhada em várias novidades. Normalmente tenho plena consciência dessas coisas, mas o TWS me atropelou – e continua atropelando – e não poderia deixar de citá-los aqui, aliás, deixar essa super novidade do K-Pop de fora não é possibilidade mesmo!
Depois de lançarem seu single pré-debut, Oh My My: 7s, no dia 2 deste mês, o TWS chegou com seu primeiro mini álbum vinte dia depois, ocupando grande parte do meu cérebro com o já citado single e também com plot twist, a faixa-título do debut deles.
O novo grupo da Pledis Entertainment – também casa do famoso grupo masculino SEVENTEEN – vem com a promessa e conceito de balançar corações através de uma nova vibração: estando 24 horas por dia conosco, já que esse é, também, o significado de TWS (TWENTY FOUR SEVEN WITH US). Descobrimos através de suas músicas sentimentos que também encontramos dentro de nós quando nos deparamos com novidades em qualquer quesito de nosso vida, um exemplo sendo primeiros encontros, o nervosismo presente nele e até como travamos quando estamos sob pressão – o nome de plot twist em coreano é 첫 만남은 계획대로 되지 않아, que significa exatamente ‘primeiro encontro não sai como planejado’. No MV e na letra, porém, podemos ver que isso pode ser uma pena, mas o amanhã sempre vem e tem como a gente recomeçar!
No Sparkling Blue, vemos também a presença da primeira música totalmente em inglês deles, unplugged boy, que nos conquista mais rápido que uma piscada de olhos – vocais que massageiam nossas orelhas também, aliás! –, first hooky e BFF, que completam a dupla de sentimentos que podemos ter em primeiros encontros: a emoção de uma primeira conversa (primeiro crush, quem sabe?) e também a de encontrar um novo melhor amigo. Ficou óbvio que eles vieram para nos conquistar, né?
Numa vibe bem bubbly, podemos sentir que esses são só os primeiros de muitos de hits que o TWS vai lançar esse ano e nos anos que estão por vir também! Se eu fosse vocês, não ficaria de fora!
0 OR 1, CIX
Indicado por Tham Sanchis
Digo pra mim mesma que tenho “a fix¹ heart” porque não tem um comeback do CIX que eu não fique viciada em pelo menos uma (ou mais de uma) música deles e dessa vez não foi diferente – tirando o fato que realmente só temos duas músicas neste, já que foi um single álbum.
Estando há quase 5 anos na indústria da música coreana e performando de forma espetacular, o CIX veio com 0 or 1 para dar continuidade à uma lore² que eles contam através de cada comeback com maestria – suas referências são diretas ao livro de Dante Alighieri, A Divina Comédia, e é magnífico poder acompanhar o que eles trazem dessa história em cada música que colocam no mundo. Mesmo que eu não tenha tomado meu tempo para especular e teorizar sobre ainda, quem também os ouve com afinco pode ver claras menções à comebacks passados nesse novo.
Lovers or Enemies, a faixa-título, traz aquele sentimento que eles sempre despertam em nós, claro, – “eles não têm uma title ruim!” – e ainda faz a gente lembrar, sem nem pestanejar, de sua última faixa-título Save Me, Kill Me em seu refrão quando cantam “my baby, you’re killing me or, baby, you’re healing me”, sem contar com o trabalho impecável desde seu MV à coreografia e dedicação para fazer ser tudo perfeito: é impossível não amar cada pedacinho dessa música também sensual e intrigante.
A dupla dela foi My name is shadow, que fala ainda sobre essa dualidade que Lovers or Enemies também traz: enquanto numa eles pedem para o ser amado decidir qual sentimento permanece nessa relação, na outra eles citam luz e escuridão. Toda a vibe desse single é de deixar a gente querendo mais, como sempre, e vale a pena todas as vezes que repetimos essas músicas!
Se eu fosse vocês, iria ouvir todas as músicas desse grupo incrível que merece toda atenção do mundo!
E vocês? O que têm consumido o que por aí? Descobriram algum drama, filme ou grupo novo que já fez o começo do ano valer a pena? Conta pra gente!
¹ Nome do fandom do CIX
² História fictícia contada através do conceito de cada grupo
Comments