Agosto: o mês infinito. Mas que sorte a nossa ter tido esse tempinho arrastado para acompanhar tantos lançamentos incríveis e curtir nossas coisas preferidas durante os 31 dias do mês! De rebeldia a chororô, nossas recomendações para agosto trouxeram muita reflexão e pertencimento! Conta pra gente se bateu aí como bateu aqui!
HOUSE OF TRICKY: HOW TO PLAY, XIKERS
Indicado por Tham Sanchis
(Foto: Divulgação)
Se você gosta de um, dois ou três clichês bem produzidos, misturados e que, no fim, façam sentido quando se juntam, você está no lugar certo. O xikers teve seu primeiro comeback no início deste mês com vários hits para o verão coreano que todo mundo precisava, mas nem todo mundo sabia.
HOUSE OF TRICKY: HOW TO PLAY, segundo ato de sua carreira, é um mini álbum que inicialmente foi apresentado com seu pré-release Koong, junto de um Performance Video que mostrou já uma parte do que teria por vir: o guarda-chuva que eles usam para dançar foi apenas um dos elementos que trouxe a ideia que estaríamos de cara com músicas que falam muito sobre a natureza e a rebeldia dela - e também a deles!
Citando o céu e seus fenômenos naturais, esse foi apenas o pontapé para o que veio em Do or Die, primeira faixa-título do álbum. Nesse primeiro MV, vemos que eles não estão para brincadeira, já que, lutando com zumbis, cantam sobre botar o pé no acelerador e viver a vida como se não houvesse amanhã. Desde o início dela, inclusive, podemos sentir a grande influência do gênero Pop Punk, trazendo o sentimento que eles querem passar ainda mais à flor da pele.
Já ao ouvir o álbum, vemos que tudo seguiu o script planejado, mas é trazendo a sensação de um verão quente, com dias jogado na praia, se sujando de areia e levando muita rasteira do mar que eles ganham o coração de qualquer pessoa, até quem não curte muito a estação envolvida, apenas por nos levar de volta à juventude, onde tudo era mais tranquilo e podíamos esperar por um amanhã sem preocupações, como eles falam em algumas músicas.
Traduzindo, Skater faz a gente voar para as nuvens, onde podemos escutar Homeboy e sonhar que estamos voando - sendo essa a segunda faixa-título que teve um MV para lá de emocionante! Já Run e Sunny Side nos dão as mãos e nos levam correndo para aproveitar o lado vibrante e que traz emoção às nossas vidas. Mas como verões também tem suas chuvas torrenciais e um tanto quanto perigosas, Koong é, de fato, uma boa lembrança para estarmos sempre precavidos!
Tantos sentimentos pedem para ser sentidos e ouvidos, então corre lá para fazer isso e depois me diz se também sentiu tudo que escrevi aqui, ok? ;)
MONEY HEIST: KOREA — JOINT ECONOMIC AREA
Indicado por Thainá M.
(Foto: Divulgação)
A ideia de remake nunca me agradou tanto, geralmente porque sempre me vejo apegada aos formatos originais de determinada obra, o que me impede de aproveitar a nova configuração. Isso, porém, não foi um problema no caso de Money Heist: Korea, porque, apesar do grande sucesso, não cheguei a conferir La Casa de Papel — a original espanhola, criada por Álex Pina —, logo, tudo na releitura coreana se apresentou como novidade para mim.
O cenário é a península coreana em processo de unificação, após a abertura da Coreia do Norte ao sistema capitalista. A união, no entanto, esconde nos subúrbios, na pobreza e na violência, os reais interesses políticos e econômicos por trás do que deveria trazer benefícios à população coreana. Esses fatores são amplamente considerados pelo Professor (Yoo Jitae) – apresentado como líder estratégico do bando, tal como na versão original – ao escolher os membros perfeitos para a equipe que irá invadir a Casa da Moeda Unificada, em Seul, e executar um roubo grandiosamente planejado. Tóquio (Jeon Jongseo), Berlim (Park Haesoo), Nairóbi (Jang Yoonju), Rio (Lee Hyunwoo), Denver (Kim Jihoon), Oslo (Lee Kyuho), Helsinque (Kim Jihun) e Moscou (Lee Wonjong) têm em comum o fato de terem suas vidas atravessadas por mazelas típicas de um sistema desigual como o capitalista, o que acrescenta às motivações para que aceitem o convite do Professor com o objetivo de mudar suas vidas para sempre.
Minha motivação maior para começar a assistir foi o elenco, afinal, ter Park Haesoo, Jeon Jongseo, Jang Yoonju e Lim Jiyeon atuando juntos é talento demais para deixar passar! Além dos citados, todo o cast merece ser louvado pela atuação e entrega impecáveis. Toda a série tem um apelo dramático muito intenso e cenas frenéticas e tensas, o que exige muito, mas foi entregue com excelência.
Money Heist: Korea estreou em 2022, pela Netflix, e apresenta uma trama complexa e cheia de reviravoltas para deixar qualquer um chocado. São 12 episódios que exigem fôlego para serem acompanhados, mas igualmente viciantes. Vibrei e torci vigorosamente pelos bandidos mais charmosos que já vi e, ó, valeu muito a pena… Mal posso esperar pela continuação!
MOVE TO HEAVEN (2021)
Indicado por Tham Sanchis
(Foto: Netflix)
A maioria dos K-Dramas que assisto contém um elemento que me chama atenção e é o que me faz assisti-lo. A desse foi uma pequena participação de um idol de um dos meus grupos favoritos e por conta disso sou extremamente grata, já que acabou por me entregar uma verdadeira obra-prima!
Em Move To Heaven conhecemos a história de Geuru (Tang Junsang), um jovem autista que trabalha com seu pai em um negócio de família: eles são limpadores de trauma, isso é, quando uma pessoa morre e sua família não consegue limpar o que ela deixou para trás, eles são contratados para o fazer. Assumo que desde o início saberia que seria uma história difícil para mim, e talvez seja também para outras pessoas, por conta de ter o tema recorrente da morte. Mas quando o pai dele morre no primeiro episódio, eu sabia que seria ainda mais profundo.
É aí que entra em cena seu tio, Sanggu (Lee Jeehon), um lutador que havia acabado de sair da cadeia e que lhe foi dito que a tutela de seu sobrinho havia sido entregue a ele por três meses, que seria quando medidas definitivas seriam tomadas. O que então seria uma missão impossível se torna uma aventura para eles, já que agora com o tio e sua melhor amiga Namu (Hong Seunghee), Geuru teria que fazer seu trabalho.
Move To Heaven - que também é o nome da empresa do drama - é uma história, acima de tudo, sobre pessoas, hábitos e luto. E, no topo disso, uma história real, já que é baseado num livro de não-ficção de casos reais da profissão de um limpador de trauma.
Extremamente cativante e digno de maratona, todos esses fatores me fizeram dar um super 10 para essa belezura e tenho ele muito bem guardado no coração como o primeiro K-Drama que fez minha mãe chorar! Definitivamente um ritual de entrada ao mundo dos K-dramas para toda dorameira.
Ah, e o ator idol que citei é o Hongseok do Pentagon! Também tem a participação especial da Sooyoung do Girls Generation e assumo que o galãzão que o Lee Jeehon é fez tudo ficar ainda melhor.
ポラリス (POLARIS), CHEN
Indicado por Ju Defávari
(Foto: Divulgação)
Confesso que não sou a maior fã de comebacks japoneses, muitas vezes os projetos são tão paralelos ao estilo e consistência do que os artistas lançam que tenho certa dificuldade em me identificar com essa outra faceta de suas discografias.
Foi trombando com um tweet sobre o medley de Polaris que descobri que CHEN lançaria seu primeiro mini álbum japonês e, então, comecei minha contagem regressiva. Que linda surpresa me deparar, no meio de agosto, com o que é, pra mim, um dos melhores álbuns do ano!
Liberdade, identidade, aceitação.
ポラリス (Polaris) vem com uma mensagem muito clara sobre tomar as rédeas de sua jornada, se encontrar e se redescobrir. Chegando com os dois pés no peito CHEN abre o álbum com Break Out, seguida por FREE WORLD e On the road que formam a santíssima trindade da auto-ajuda rs. Com batidas muito energéticas e alto astral, Kim Jongdae se aventura na jornada da autodescoberta. Que delícia um ponto de vista tão leve e positivo sobre os altos e baixos de se permitir.
Em um sistema repleto de cobranças e expectativas, é extremamente inspirador e até motivacional sentir, na arte de alguém, o afago e a mão estendida nos dizendo que, sim, vamos cair e nos sentir perdidos às vezes e está tudo bem. A vida também é sobre se arriscar e tropeçarmos até encontrarmos nosso lugar, onde pertencemos e achamos o conforto para nossa mente e coração.
Mas como o CHEN não é o CHEN sem um pouquinho de sofrência e romance, ele derruba um pouquinho do ritmo do projeto com Mirage of Flower e My Sunshine, para depois finalizar o álbum com Light Of My life que, a primeira vista (de uma pessoa que não fala japonês rs…), poderia parecer mais uma balada romântica de Jongdae, mas após conferir a tradução para inglês da faixa, tudo fez sentido. O círculo perfeito do álbum se fechando com uma canção sobre ser sua própria luz. Sobre alcançar seus objetivos e acreditar nos seus sonhos. Tomar o controle de sua jornada e conquistar tudo o que quiser.
Um álbum com começo, meio e fim, tudo encaixadinho, o ritmo impecável e a mensagem perfeita. O único defeito é acabar. Obrigada CHEN, por me fazer pagar com a língua e desbloquear em mim uma nova empolgação sobre comebacks japoneses.
THE GOOD BAD MOTHER (2023)
Indicado por Thainá M.
(Foto: Divulgação)
Comecei este drama por indicação de minha sobrinha mais velha. Acostumada com o meu apreço por histórias dramáticas e com intensa carga emotiva, ela tentou me convencer a assistir dizendo que a história era tão boa que tinha lhe feito chorar horrores. Meu próximo passo, obviamente, foi incluir The Good Bad Mother na minha lista e começar a assistir em seguida. Não precisei de muitos episódios para saber que o “chorar horrores” não era exagero de adolescente, não quando se referia a um drama tão emocionante e profundo como esse.
The Good Bad Mother estreou pela Netflix em abril deste ano, e com 14 episódios nos conduz pela história de Jin Youngsoon (Ra Miran), uma fazendeira de origem simples e que teve a vida atravessada por mais tragédias do que parece possível uma pessoa aguentar. Todas as suas dores, traumas e bagagem de vida foram responsáveis por lhe fazer uma mãe com atitudes controversas, e muito facilmente caracterizadas como verdadeiramente más. Apesar disso, seu filho único e criado apenas por ela, Choi Kangho (Lee Dohyun), se torna um promotor respeitado e capaz de viver uma vida confortável como sua família jamais pôde. Seu objetivo como mãe, portanto, teria sido alcançado, certo?
A vida, porém, se recusa a seguir os planos que Youngsoon traçou para o filho e se encarrega de ensiná-la duramente quando Kangho sofre um acidente que lhe deixa paraplégico e com a idade mental de uma criança de sete anos. O que parece mais uma tragédia, no entanto, se mostra como uma uma oportunidade ímpar para mãe e filho se curarem das cicatrizes que causaram um ao outro.
The Good Bad Mother é o tipo de drama que mostra que, ainda que se queira, não é possível etiquetar as atitudes e as escolhas humanas apenas em boas e más. Toda a nossa trajetória está impressa em nossas decisões e em nossos comportamentos em relação a nós mesmos e aos outros. Nas relações entre pais e filhos, especialmente, as escolhas, os gestos, o modo de lidar, ganham ainda mais complexidade e o maniqueísmo parece não ter lugar algum para se instalar. Esse drama mostra, com grandiosidade e sensibilidade, que pais podem sim ser responsabilizados pelas escolhas que fazem na educação dos filhos e que, às vezes, a própria vida se encarrega de mostrar as consequências. Mostra também, como a relação e o olhar de um filho para a mãe, ainda que atravessado por inúmeras mágoas, guarda um amor que insiste em ser o que a mãe um dia sonhou, ainda que lhe doa e tenha lhe custado tanto.
Ao assistir esse drama, fui percebendo, conforme os episódios passavam e as identificações se instalavam e me levavam às lágrimas, que as nossas imperfeições, os nossos erros – especialmente aqueles que são uma busca desesperada pelo acerto – são uma celebração do que é a vida. É impossível se livrar do caminho que nos trouxe até aqui e de tudo que ele imprimiu em nós e, por isso, vamos tomar decisões erradas por medo do passado, por exemplo, inúmeras vezes. O que é a vida, porém, senão um emaranhado dessas tentativas boas e ruins? Se você não tem medo dessas reflexões, The Good Bad Mother está te esperando.
Quais foram seus favoritos do mês? Também tiveram surpresas antigas e novas? Vem contar para a gente!
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