Hoje a Ode veio em missão de trazer cultura sobre um país que fica longe daqui, mas desperta várias emoções em nossos corações quando se trata de suas produções audiovisuais: o Japão!
Na semana do dia 29 de abril à 05 de maio, lá no Japão é comemorado um super feriado – que originalmente ocorre em apenas quatro dias da semana, considerados feriados públicos – chamado Golden Week. Nela, possui os feriados do dia da Era Showa, no dia 29, que honra o aniversário do Imperador Showa, o qual governou pelos anos de 1926 a 1989, o Dia da Constituição, comemorado no dia 03, pela constituição que entrou em vigor no ano de 1947, o Dia do Verde, no dia 04, com o objetivo de celebrar a apreciação pela natureza e, por fim, o Dia das Crianças, comemorado no dia 05 tanto no Japão quanto na Coreia do Sul.
Sendo uma semana de muita celebração, viemos prestigiá-la aqui de um jeitinho bem Ode: indicando o que o mundo do entretenimento japonês nos deu de mais querido nesses últimos anos. Na nossa lista, você encontram um artista, um boy group, um dorama e um filme – aqui a gente gosta de tudo e mais um pouco! O céu é o limite!
Todos à postos para conhecer nossos queridinhos? Então vem com a gente!
1. RYUBI MIYASE
Indicado por Tham Sanchis
Ryubi não foi o primeiro artista japonês pelo qual me apaixonei – talvez por conta do K-Pop ter me apresentado alguns outros que me fizeram dar uma balançada antes –, mas foi o primeiro que me apresentou ao J-Pop por se dizer e me puxou igual areia movediça para o que ele apresenta ao mundo. Estaria mentindo se falasse que também não foi por causa do 8LOOM, grupo fictício que ele faz parte e eu já falei sobre nesse outro post aqui na ODE, mas digamos que ele é o primeiro artista solo japonês que eu com certeza me tornei fã!
Miyase roubou meu coração com sua atuação no dorama citado, sendo seu personagem um poço de carisma – refletindo toda sua personalidade também fora das telas –, e me fez procurar sua carreira, aliás, quem disse que consigo controlar minha curiosidade? Enquanto fui descobrindo que, além de ser um ator espetacular, ele também é um cantor de mão cheia – tendo participado até de um boy group de J-Pop chamado M!LK alguns anos atrás – , aproveitei para assistir outro dorama dele e me apaixonei totalmente pela habilidade de interpretar do meu novo querido, que acabei por adotar totalmente!
Como uma adoradora de verdadeiros intérpretes, independente de como ele passa sua mensagem, acabei me apaixonando pelo jeito que ele usa desse artifício até quando dança! Aliás, o que é ele performando nesse MV de DeeDooDah que coloquei ali em cima? O garoto de apenas 20 anos mostra que veio com conceito prontíssimo para conquistar vários corações por aí!
E esse foi apenas o segundo single de sua carreira solo, sendo seu debut a gloriosa Awake que faz qualquer pessoa deitar para ele logo de cabeça devido a carga emocional que ela traz em sua forma. Seu single álbum de debut também vem com duas outras músicas em que descobrimos logo que Ryubi possui um pezinho numa vibe teatral, algo meio espetáculo musical, sabe? Bem como a gente sente quando se depara com ele em I Will Be Your Bloom, isso é, ele realmente foi feito para atuar, cantar & dançar! E encantar... Se você curte essa vibe e também gosta de um artista multifacetado, tenho certeza que iria gostar dele!
Recentemente, em abril, Ryubi lançou seu primeiro full álbum e vem o promovendo desde janeiro, quando lançou Lightning, um pré-release pra lá de poderoso que faz todo palco que ele performa essa música tremer e, no fim de março, seu último MV mas também a mais nova queridinha e que mostra mais uma face dele, Candy, que tem feito até a cabeça de outros artistas – por ser super fofa – e virou até challenge de algumas redes sociais!
Intitulado PLAYLIST, o álbum também tem nome parecido com uma das músicas que ele promove e também virou MV, Ms. Playlist, outra que é impossível parar de escutar – diria que é uma ponte entre Awake e DeeDooDah, uma delícia de ouvir ele saindo do sentimental pro chique e mesclando esses dois conceitos num só. Ryubi, enfim, traz nesse álbum, que contém cinco músicas inéditas, algo como um arco-íris em forma de melodia: sendo esse apenas o início de sua carreira como artista solo, ele transforma todos os conceitos possíveis em realidade e mostra que vai continuar o fazendo daqui pra frente!
Meu conselho para vocês é ficar de olho nesse jovem prodígio porque tenho certeza que ele vai entregar muita atuação, cantoria, dança e perfeição para a indústria japonesa do entretenimento. Miyase possui um talento sem igual e está em operação de conquistar todos os corações possíveis!
2. SUSSURROS DO CORAÇÃO (1995), YOSHIFUMI KONDO
Indicado por Daniela Seles
Pra mim é impossível falar sobre cultura japonesa e não citar as produções animadas que o Japão produz. Eu tenho certeza que quase todo mundo já viu ou ouviu falar sobre alguma animação do Studio Ghibli, afinal elas são um grande marco na história do cinema japonês. Animações como Meu Amigo Totoro – que, inclusive, é o símbolo do estúdio –, A Viagem de Chihiro e O Castelo Animado já são considerados clássicos do cinema mundial e são, frequentemente, colocados como obras obrigatórias para aqueles que estão adentrando o mundo da cinefilia.
De fato essas obras são essenciais, uma vez que são filmes excelentes em todos os quesitos. São histórias que, em geral, mesclam um mundo fantástico com o realismo de forma magnífica. São histórias extremamente complexas, com diversas camadas e subtextos, além de entregar uma estética encantadora e de tirar o fôlego.
Dito isso, a minha indicação aqui não poderia ser diferente e vou estar panfletando uma produção da Ghibli! Contudo, vou indicar um filme que, pra muitos, não entra como um clássico do Studio Ghibli, mas que, pra mim, ele é o primeiro que indico as pessoas a assistirem. Sussurros do Coração, uma produção dirigida por Yoshifumi Kondo e com roteiro de Hayao Miyazaki, oferece uma experiência cinematográfica única que vale a pena ser explorada.
O filme conta a história da personagem Shizuku, uma estudante que sonha em ser escritora e decide, durante o verão, ler vinte livros. Mas, curiosamente, todas as edições de livros que Shizuku pegava na biblioteca continha o nome de Seiji Amasawa, deixando a garota intrigada para descobrir quem era a pessoa que tinha lido todos os livros que ela estava lendo.
Os traços delicados e a atenção aos detalhes da animação do Studio Ghibli são evidentes em Sussurros do Coração. Aqui, temos como plano de fundo a cidade de Tóquio nos anos 90. Cada cena é ricamente elaborada, desde os cenários urbanos de Tóquio, os detalhes dos personagens e até um momento mais fantasioso que nos é apresentado durante a narrativa. Os visuais são tão envolventes que transportam o espectador para o mundo vibrante e detalhado criado pelo filme.
Com isso, acompanhamos a personagem tentando descobrir quem é essa pessoa misteriosa e, depois, a relação que os dois desenvolvem. Também faz parte desse percurso, a auto descoberta e crescimento pessoal de Shizuku, que é contada de forma autêntica explorando os desafios e as emoções de perseguir seus sonhos e encontrar seu propósito na vida. O filme é extremamente musical e a música traz um ótimo ritmo para o filme, além de ser essencial para a própria narrativa.
Sussurros do Coração transmite muitas mensagens valiosas sobre determinação, auto aceitação e a importância de seguir sua paixão. É uma história que ressoou muito comigo, uma vez que me fez lembrar da beleza de perseguir nossos objetivos e nos dando coragem para abraçar quem realmente somos. A combinação das mensagens significativas junto com o primor técnico já clássicos do Studio Ghibli, fizeram esse filme virar um dos meus filmes favoritos DA VIDA. Ele consegue ser sempre o abraço e acalento que eu preciso em dias ruins, me lembrando que esses momentos são passageiros e que eu posso sim persistir nos meus sonhos e ser quem eu quiser.
Como comentei ali em cima, esse filme tem uma forte presença da música e ela cumpre um papel de extrema importância para a narrativa. Na história, temos a presença da música do grande cantor country John Denver com a música Take Me Home, Country Roads, que é utilizada por Shizuku, já que a garota acaba traduzindo a canção para o coro de sua escola. Durante o filme, também vemos que Shizuku acaba escrevendo uma espécie de paródia da canção de Denver, dando o nome de Concrete Road, adaptando a letra para a sua própria realidade vivendo em Tóquio. O interessante dessa história é que a música foi traduzida por Mamiko Suzuki, filha de Toshio Suzuki, produtor e um dos co-fundadores do Studio Ghibli.
O filme de Yoshifumi Kondo foi um grande sucesso e deixou um legado enorme. Inclusive, é interessante apontar que existe uma espécie de spin-off de Sussurros do Coração, já que temos novamente contato com uma figura que apareceu no filme de Kondo, o Barão. Em 2002, o estúdio decidiu lançar O Reino dos Gatos, obra que conta um pouco mais sobre a história de Barão. O filme foi dirigido pelo diretor Hiroyuki Morita e não por Yoshifumi Kondo, que faleceu precocemente. Contudo, aqui é usado somente o mesmo personagem, o universo do segundo filme é outro. Uma outra coisa interessante é que em Sussurros do Coração, Shizuku escrevia histórias com o Barão como personagem.
3. MAKANAI: COZINHANDO PARA A CASA MAIKO (2023)
Indicado por Ju Defávari
Às vezes brinco que roteiristas e diretores japoneses não sabem ser felizes, mas juro que digo isso com o maior respeito e carinho por suas artes. Há algo nas obras japonesas que já consumi que possuem uma certa melancolia, singeleza dos detalhes e delicadeza nas narrativas que sempre me deixam de coração despedaçado quando termino – mesmo que não tenha sido uma história triste.
Uma dessas experiências foi Makanai: Cozinhando para A Casa Maiko. Como entusiasta de gastronomias e culinárias, ao trombar com o título na Netflix, resolvi dar uma chance à série sem saber muito sobre ou criar alguma expectativa. Vale já deixar avisado que assisti aos créditos do último episódio completamente em prantos por ter recebido esse abraço em forma série.
Inspirado no mangá 'Kiyo in Kyoto: From the Maiko House', Makanai: Cozinhando para A Casa Maiko acompanha a história de Nozuki Kiyo, uma jovem que se muda para uma Casa Maiko, em Quioto, com sua amiga Herai Sumire para iniciarem suas trajetórias artísticas e se tornarem maiko – versão jovem do termo utilizado, em Quioto, para gueixas. Apesar da visível naturalidade que Sumire apresenta – sendo rapidamente aceita como maiko na casa – é impossível não notar as dificuldades que Kiyo tem enfrentado para se identificar com a arte e execução dos aprendizados.
Nossa primeira tensão chega assim, na pontinha dos pés, quando consideramos a possibilidade de Kiyo ter que desistir desse projeto para encontrar sua verdadeira vocação, principalmente pois Kiyo e Sumire são inseparáveis e se propuseram a encarar juntas essa nova fase de suas vidas. Eu – com minha mania de sempre citar um "nós, mulheres que..." – não posso me conter e não soltar um NÓS, MULHERES QUE vemos a amizade como uma das máximas de amor em nossas vidas... E preciso deixar bem claro que esse é o ponto forte dessa obra.
Dentro de um universo moderno, mas com uma ambientação em nenhum tempo-espaço – em nome das tradições, todas as moradoras da casa abrem mão de seus celulares ou do consumo de televisão, rede sociais, etc – o foco da trama fica preso nas 'pequenúcias' do cotidiano. Eventualmente Kiyo percebe que sua vocação está relacionada à gastronomia e se torna a nova makanai – pessoa responsável pelas refeições – da casa, preservando sua dinâmica e proximidade com Sumire. O dorama, então, passa a acompanhar as relações e o fortalecimento das amizades em torno do coração da casa: a cozinha.
Usando o ato de cozinhar como linguagem do amor, as refeições em conjunto como pertencimento e a cozinha como lar, assistimos a um grupo de garotas e mulheres vivendo suas rotinas ordinárias e lidando com seus conflitos mundanos, da forma mais linda de todas: em união.
Minha reação pode ser exagerada? Sim. Mas poucas vezes me senti tão acolhida vendo amizades fictícias se desenrolando diante de meus olhos. É sobre a sutileza com que o dia a dia é retratado na série. Sobre como o amor e respeito são os maiores ingredientes em qualquer amizade e sobre como não há nada que lhe sirva melhor que a autenticidade. O plot especifica como Kiyo encontrou seu lugar na cozinha, mas gosto de pensar em como isso provém do fato de que cozinhar pode ser considerado um dos maiores atos de serviço desde que o homem descobriu o fogo. Enfim, o crime da bichinha é amar demais e se preocupar com quem ela ama – e o meu é amá-la demais.
Para um dorama sem grandes conflitos que gira em torno dos aprendizados de nossas queridas jovens maikos e de nossa makanai, há quem diga que ele é lento. Mas para olhos cheio de amor querendo uma boa dose de gentileza, é a obra perfeita! Uma vez, vi alguém dizer que Makanai: Cozinhando para A Casa Maiko era uma celebração sobre amizade. As palavras não são minhas, mas eu não poderia dizer melhor.
Dentro de todos os plots e sub-plots dos personagens principais aos secundários, na beleza dos cenários externos e no conforto dos ambientes fechados, do glamour dos figurinos e maquiagens das gueixas à simplicidade e inocência das vestes casuais ou caseiras, e principalmente, na riqueza de detalhes e cuidados ao retratar as receitas – ou demonstrações de amor, rs – executadas por Kiyo, Makanai: Cozinhando para A Casa Maiko respira sutilezas.
De tempos em tempos me pego pensando nessa obra audiovisual e em todo o carinho que foi colocado aqui. Minha recomendação é pra que todo mundo se permita sentir esse tequinho de afeto também!
4. JO1
Indicado por Thainá M.
Na data de produção deste texto, conto mil duzentos e oitenta e um dias desde que o JO1 passou a fazer parte da minha rotina. Sim, estou contando! Claro que com a ajuda de um aplicativo fofinho, mas isso é irrelevante… O que importa aqui é: fazer questão de marcar o tempo desse encontro só mostra o quanto ele é importante para mim, logo, dizer que o JO1 está no TOP 3 dos meus grupos favoritos não causa mais espanto algum.
Debutados em março de 2020 — mês do meu aniversário, digam se não é destino?! —, o grupo foi formado na primeira temporada do PRODUCE 101 JAPAN, que foi ao ar no segundo semestre de 2019, levando o sucesso da franquia coreana para as terras do J-Pop. A novidade da versão japonesa, no entanto, consiste em debutar grupos sem data para acabar, ou seja, nada de grupos temporários!
Yonashiro Sho, Kawashiri Ren, Shiroiwa Ruki, Kono Junki, Sato Keigo, Kawanishi Takumi, Kimata Syoya, Ohira Shosei, Kinjo Sukai, Tsurubo Shion e Mamehara Issei superaram outros noventa participantes e uniram-se sob a proposta de criar um grupo com destaque global e promoções mundiais. Se você está minimamente por dentro do J-Pop, sabe como a exportação desse ramo do entretenimento japonês é bem diferente do que ocorre na Coreia do Sul, por exemplo. O JO1 surgiu com a possibilidade de estreitar os laços com os fãs internacionais e levar a música pop japonesa cada vez mais longe.
Os onze vencedores do PD101JP vêm ganhando destaque desde então, expandindo seus trabalhos para a Coreia do Sul e China, depois de uma estreia empolgante — especialmente em termos numéricos — em sua terra natal. O mais chocante nessa trajetória curta, mas que já é de sucesso, é que os membros tinham pouca ou nenhuma experiência musical e não estavam sob nenhuma gerência profissional antes do survival começar. Acompanhá-los, portanto, têm sido como ver uma joia bruta ser lapidada para atingir seu brilho incontestável. E se durante o programa parecia difícil, depois do debut pareceu destino. De cabeleireiro ou trabalhador da construção civil, backup dancer de grupos como WANNA ONE e PENTAGON ou instrutor de dança para crianças, eles se tornaram vocalistas potentes e dançarinos hipnóticos.
O talento incontestável do JO1 se materializa em uma discografia que equilibra força e doçura como eu jamais vi. Seus trabalhos até aqui são coesos e empolgantes, com titles inesquecíveis e b-sides absurdamente viciantes. E se eu pareço suspeita demais pra falar, aqui vai o desafio do dia! Se os vídeos aqui colocados não te convencerem, busca rapidinho por Born to be Wild e ICARUS e depois me diz se não é verdade que TODO elogio pra eles é pouquíssimo perto do que eles realmente merecem!
Vocês também tem alguma música, filme, dorama, artista, grupo ou enfim, qualquer espécie de favorito que vem do Japão? Conta pra gente!
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